Construir uma família e ter filhos é o sonho natural de muitos casais. Nos dias de hoje, essa decisão normalmente é tomada através de um longo planejamento que define o momento de vida ideal para aumentar a família. E, esse momento, tem ocorrido cada vez mais tarde, quando o casal já encontrou um nível de estabilidade e, habitualmente, após anos de terapia anticoncepcional. Tendo a decisão sido tomada, inicia-se um período de grande expectativa que acaba gerando ansiedade, principalmente quando a gravidez não ocorre nas primeiras tentativas. E, daí vem a pergunta, será que algum dos dois tem infertilidade?
Em primeiro lugar, precisamos definir o que é infertilidade conjugal. Medicamente falando, só podemos considerar um casal infértil (e, a partir daí, procurar algum problema) quando a gravidez não ocorre após 12 meses de relações sexuais regulares sem uso de método anticoncepcional. Salvo quando existe uma suspeita muito evidente de algum problema, como irregularidade ou ausência de ciclos menstruais, só se deve investigar a fertilidade após 1 ano de tentativas sem sucesso.
Sabe-se que a chance de engravidar a cada ciclo menstrual é de 20% em casais férteis, ou seja, é muito mais provável que a gravidez não ocorra nas primeiras tentativas. Além disso, é comum que mesmo com a suspensão dos anticoncepcionais hormonais, seus efeitos levem alguns meses para desaparecer por completo (o chamado efeito residual).
Porém, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que entre 60 e 80 milhões de pessoas no mundo enfrentam dificuldades para engravidar. Alguns fatores de risco, quando presentes, aumentam a chance de a pessoa ter algum grau de infertilidade e podem antecipar a busca pelo problema. Dentre eles, podemos destacar:
Idade avançada (em especial, após os 40 anos)
Obesidade
Diabetes
Irregularidade menstrual
Nível elevado de estresse
Tabagismo e alcoolismo
Síndrome dos ovários policísticos
Endometriose, miomas e outras doenças ginecológicas
Criptorquidia
Varicocele
Poluição ambiental
Uso de anabolizantes
Problemas genéticos
Doenças sexualmente transmissíveis
Como visto nos exemplos acima, o problema pode estar tanto no homem como na mulher (na ordem de 50% para cada lado, aproximadamente). Sendo assim, se você e seu parceiro(a) estão tentando engravidar há um tempo e ainda não tiveram sucesso, é recomendável que procurem auxílio de especialistas na área. Dentre estes, endocrinologistas, urologistas, ginecologistas e geneticisitas são os profissionais que mais podem auxiliar.
Como opções de tratamento temos várias modalidades disponíveis e suas indicações dependerão do tipo de problema diagnosticado. As opções variam desde a prescrição de vitaminas, antibióticos, hormônios e medicamentos para melhorar ou induzir a ovulação até procedimentos mais invasivos, como cirurgias, retirada de espermatozóides dos testículos, inseminação artificial, fertilização in vitro (FIV) e a técnica de Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI). Portanto, para que esse sonho vire realidade, não deixe de procurar ajuda médica e avaliar as alternativas disponíveis. Tenho certeza que não faltarão motivos para comemorar daqui 9 meses.
Muito bom!! 👏🏻👏🏻